AGRO

Falta de chuva impacta nas lavouras da região

Lavoura que se desenvolve dentro do esperado (Fotos Divulgação/Luan Breancini)

 

O calor escaldante e a falta de chuvas regulares já impactam nas culturas de verão. O engenheiro agrônomo da Sementes Roos, Luan Breancini, explica que o cenário é bastante diverso, pois já áreas – embora poucas – em que o desenvolvimento da soja segue normalmente, mas há lavoras em situação crítica. “Eu diria que, em termos de proporção, 20% das áreas estão boas. Os outros 80% não. E dentro deste percentual, entre 30% e 40% estão ficando em situação bem ruim. Não pegaram chuva no início e a situação foi se agravando”, exemplifica.

 

De acordo com o profissional, entre Carazinho e Não-Me-Toque, a maioria das lavouras estão em uma situação mais estável. “De certa forma, iniciamos bem o plantio, lá em outubro. A soja germinou e se estabeleceu bem, mas entramos em novembro e perto da metade do mês já não deu para semear e a soja que já estava plantada sofreu um pouco. Já acendemos o alerta. Depois ocorreram algumas chuvas, o plantio pode ser retomado. É um cenário diverso, depende da região e da chuva que recebeu”, cita.

 

Além da escassez hídrica, o produtor tem outra preocupação. Em anos mais secos, há o favorecimento de algumas pragas, como lagarta, tripes, ácaro e até percevejo. Outra preocupação é com o popular cascudinho, que até agora era considerada uma praga secundária, mas já passou a primária. “Elas diminuem a produtividade e com o tempo seco, tendem a proliferar. Por isso é importante fazer o monitoramento diário. E neste contexto, o produtor já sabe que vai diminuir a receita”, coloca o engenheiro agrônomo.

 

As altas temperaturas também preocupam. Breancini salienta que a baixa umidade do entorno da planta agrava a situação. “Ela não aguenta e começa secar as folhas. A princípio esta onda de calor vai até segunda ou terça da próxima semana. Então a situação ainda pode se agravar”, lamenta.

 

Sobre a produtividade, o engenheiro agrônomo diz que ainda não é possível mensurar, justamente pelo cenário diverso, com lavouras desenvolvendo normalmente e outras enfrentando dificuldades por falta de chuva. Na safra passada, os produtores colheram bem, mas houve relatos de frustrações por conta da ferrugem, que se prolifera na umidade.

 

Quanto ao milho, Breancini relata alguns produtores tiveram dificuldade para aplicar uréia, que requer certa umidade, mas num panorama geral, o cenário está dentro do normal e as médias de produção nas áreas que estão sendo colhidas também.

Esta lavoura já registra perdas por conta da escassez hídrica

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Data: 06/02/2025 - 13:48

Fonte: Mara Steffens

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